martes, 15 de marzo de 2016

La doctrina de las cuatro edades

LA DOCTRINA DE LAS CUATRO EDADES

Julius Evola


En este capítulo del libro Revuelta contra el mundo moderno de Julius Evola, consagrados a los orígenes del hombre, se corona la convincente enumeración de varios argumentos concluyentes y de varias refutaciones anticipadas al servicio de una hipótesis según la cual habría existido, en el origen, no el hombre animalesco de las cavernas, sino un “más que hombre”, otras razas superiores biológicamente y en tanto que civilización. Entre estas razas y las raíces animalescas se habrían producido mezclas, cruces cuyo recuerdo parece conservado en el totemismo propio de numerosas sociedades arcaicas donde el ancestro colectivo y mítico del clan se confunde a menudo con el demonio de una especie animal dada (el leopardo en ciertas culturas africanas, el guepardo en el substrato pre-azteca y pre-incaico de América del Sur)  

  Sin olvidar tampoco que la Biblia describe similares mezclas:

Génesis

6,1 Cuando la humanidad comenzó a multiplicarse sobre el haz de la tierra y les nacieron hijas,
6,2 vieron los hijos de Dios que las hijas de los hombres les venían bien, y tomaron por mujeres a las que preferían de entre todas ellas.
6,3 Entonces dijo Yavé: No permanecerá para siempre mi espíritu en el hombre, porque no es más que carne; que sus días sean 120 años.
6,4 Los gigantes (nefilim) existían en la tierra por aquel entonces y también después que los hijos de Dios se unieron a las hijas de los hombres y ellas les daban hijos: estos fueron los héroes de la antigüedad, hombres famosos.




Revuelta contra el Mundo Moderno (II Parte) 1. La doctrina de las cuatro edades

 


Zen y psicoterapia


Zen y psicoterapia
Pasos nº 27 pp 3 y s.

Se compone este escrito de cuatro partes, la primera se refiere a la interpretación de Erich Fromm del zen como una un más allá del psicoanálisis que de alguna manera completa de verdad al psicoanálisis, ciertamente se dicen cosas bastante raras tales como que el zen es un sistema filosófico o humanístico. Este planteamiento le valió a Erich Fromm severas críticas en los años sesenta del pasado siglo, por parte de Herbert Marcuse, epígono de la Escuela de Fráncfort, que consideraba la intromisión del zen en el psicoanálisis una zarandaja intolerable.

La segunda parte se refiere a la necesidad de fomentar el ego-como-confianza  para superar el ego-como-consciencia-de-si-mismo.

La tercera parte se refiere al vacío como valor supremo para encontrar el camino de salida a los problemas.

La última parte es un aforismo que sintetiza todo lo anterior:

La “terapia” ha tenido “éxito” cuando comprendes al sí mismo que jamás ha necesitado de terapia.










jueves, 10 de marzo de 2016

A verdade sonegada sobre o fundamentalismo islâmico

En este artículo se sacan a la luz los orígenes occidentales del actual fundamentalismo islámico tras la etapa de colonización, su convergencia con el pretendido estadio liberador de individualismo extremo, querido con inmediatez absoluta por anarquistas o con etapas intermedias de feroces dictaduras por comunismos de diverso pelaje, realización última del grado más bajo de entropía alcanzable. El fundamentalismo se considera una etapa que supera y va más allá de las metas de la vieja utopía del comunismo marxista. De hecho muchos seguidores de las corrientes marxista se convirtieron de la noche al día en  ardorosos musulmanes. Por lo que se puede advertir la nueva yihad fundamentalista islámica empieza a dejar chiquitos  todos los records de crímenes y barbaries de los Stalin, Mao, Pol Pot y demás dictadores de las antesalas de la liberación, aunque es posible que esto solo sea el principio.



A verdade sonegada sobre o 

fundamentalismo islâmico

Luís Dufaur

12 de outubro de 2008



O vírus da revolução anticristã ocidental inoculado no maometanismo gerou o monstro fundamentalista

Desde os atentados de 11 de setembro, o grande assunto da mídia é o Islã. Suas múltiplas correntes — enormemente subdivididas — são citadas e comparadas. De forma superficial, especula-se sobre as moderadas e as radicais, e se investigam suas complexas rachaduras étnicas e culturais. Sumidades islâmicas, na verdade totalmente desconhecidas, são apresentadas ao Ocidente e os termos árabes são utilizados como se todo mundo os entendesse. Depois desse bombardeio psicológico, o leitor fecha o jornal — ou desliga a TV — com a sensação de não ter recebido uma informação objetiva e clara da realidade.

Um aspecto capital da temática parece ser meticulosamente ocultado: o que é, na realidade, esse fundamentalismo islâmico? Identifica-se com Maomé e com o Corão? Caso não se identifique, o que é, então?

De outro lado, por que a esquerda mais ardida no Ocidente, particularmente a chamada esquerda católica, disfarça mal sua simpatia pelos Talebans fundamentalistas? Por que 23 Bispos católicos do Brasil, Argentina e México criticaram duramente os ataques anglo-americanos ao Afeganistão, comparando-os a atos terroristas, com a agravante, dizem eles, de serem praticados “por governos que se apresentam como democráticos, civilizados e cristãos”? (“O Estado de S. Paulo”, 23-10-01). Afinal, por detrás das aparências, existe um fundo comum que une a esquerda progressista ao fundamentalismo islâmico?


Ossama Bin Laden: foto extraída de vídeo difundido pela TV Al-Jazira, do Qatar. O terrorista islâmico declarou, na ocasião, a jihad (guerra santa)contra a Cristandade 


Islã: mundo até há pouco desconhecido e pouco significativo para o Ocidente

O afluxo de petrodólares, que deveria significar um avanço do progresso moderno nos domínios do Islã, parece não ter eliminado essa paralisia. Apenas um punhado de emires, sheiks e sultões esbanja milhões em luxos exibicionistas, em geral de mau gosto e freqüentemente imorais, enquanto a massa das populações — seguindo os ensinamentos do “profeta” — vegeta à sombra do festim dos hiper-ricaços.

Tornou-se abismal a desproporção entre a organização e a pujança do Ocidente nascido da Civilização Cristã — embora hoje profundamente apodrecido pelo neopaganismo — e a desordem e imobilismo da pesada herança de Maomé. No século XIX, quase todas as terras muçulmanas estavam sob o controle de nações européias, ricas e dinâmicas.


Se a paralisia não gera movimento, de onde veio esse dinamismo?


No início do sé­cu­lo XX, nesse magma secularmente esclerosado, eclodiu uma tendência nova chamada fundamentalismo. Ela é ativa, agressiva, modernizada nas suas técnicas, muitas vezes terrorista. E, subitamente, passou a ameaçar a ordem mundial ocidental neopaganizada, ex-cristã, “senhora do universo”.

Diz o adágio popular que “ninguém dá o que não tem”. Como a paralisia não gera o movimento, dinamismo só poderia vir de quem o tivesse. Um rápido giro pelas biografias dos líderes islâmicos fundamentalistas mostra que eles, em sua maioria, formaram-se em universidades do Ocidente ou em equivalentes escolas ocidentalizadas no Oriente. Seus escritos reproduzem as mesmas idéias que corroem as bases cristãs das nossas sociedades ocidentais. É como se o vírus revolucionário ocidental tivesse sido aplicado num caldo de cultura estagnado, produzindo uma infecção explosiva, com características próprias, mas com a mesma origem ocidental.

O chefe terrorista Bin Laden é um exemplo característico desse processo de laboratório da Revolução. Filho de milionários, foi educado no seletíssimo colégio Le Rosey, na Suíça. Sua juventude foi a de um play-boy do jet-set, em meio a luxos e escândalos nas capitais ocidentais e na Arábia Saudita1. Sim, do jet-set, tão a gosto das esquerdas, até das tupiniquins.

Hassan el-Turabi, o ideólogo do regime perseguidor dos cristãos do Sudão, diplomou-se em Oxford e na Sorbonne. Ali Benadi e Abasi Madani, líderes fundamentalistas da Argélia, aprenderam suas doutrinas e técnicas subversivas na Europa. Os sequazes imediatos de Bin Laden também provêm de ambientes cultos e abastados. A lista é interminável...

O Islã, enquanto crença religiosa, está espalhado por uma imensidade de povos que vão desde o Atlântico até a Polinésia. O fatalismo e a sensualidade exacerbada da religião de Maomé lançaram essa parte da humanidade, em larga medida, no miserabilismo mais radical. Até há pouco, o seu multissecular torpor era perturbado apenas por disputas locais.

O estudioso francês Roger du Pasquier constata: “Os teóricos de maior autoridade no seio dos movimentos integristas e ativistas engajados do mundo muçulmano, apesar de sua recusa formal e superficial do Ocidente, manifestam na realidade uma contaminação de pensamento das concepções ocidentais modernas”. Que concepções? Ele esclarece: As das forças subversivas que há dois séculos têm provocado tantas revoluções e violências no Ocidente e no Oriente, até na China” 2. Isto é, o socialismo e o comunismo, não em suas fórmulas já fracassadas, mas em versões mais atualizadas, como veremos. Retenha essa idéia, leitor, e verá que ela pode ser a chave para se compreender muitos dos acontecimentos atuais.


Promotores destacados da Revolução anticristã no Ocidente vêm se tornando islamitas

Há anos, figuras engajadas na Revolução político-social e cultural que abala os alicerces cristãos do Ocidente vêm passando para o Islã, sem renunciar às suas idéias. Por exemplo, Roger Garaudy, antigo responsável do Partido Comunista Francês para a relação com as religiões, agora prega o islamismo como via superior para atingir as metas utópicas de Marx e Lenine. Cat Stevens, pop-star do rock, também perverteu-se e financia uma ONG islâmica3. O mesmo fizeram, entre outros, o ecologista Jacques Cousteau, o coreógrafo Maurice Béjart, os cantores Richard e Linda Thompson, o campeão mundial de boxe Cassius Clay, que ingressou nos Black Muslims, movimento filo-marxista liderado por Malcolm X, outro converso muçulmano.


Primeiras tentativas de inoculação revolucionária no Islã

Nos séculos da estagnação, houve tentativas de reacender o furor anticristão islâmico. Mas não passaram de casos restritos. Por exemplo, Muhammad Ibn Abdel Wahhab (1703-1787) formou uma confraria radical — o waabismo — que teria ficado desconhecida se, por ocasião da Primeira Guerra Mundial, os seus escassos seguidores não se tivessem aliado à Inglaterra contra a Turquia. Após o conflito, receberam como recompensa o reino da Arábia Saudita.

Foi no fim do século XIX e no século XX, que cresceu a penetração das idéias revolucionárias ocidentais no mundo muçulmano. Djamal ed-Din Afghani (1839-1897), a partir de Londres, atiçou a insurreição iraniana. Muhammad Abduh (1849-1905), seu continuador, pregou idéias progressistas européias, de tipo anticolonialista. Na Índia, Sayed Ahmad Kahn (1817-1898), que ostentava o título de Sir inglês, criou o centro de pensamento nacionalista muçulmano, do qual saíram os pais do Paquistão (o país dos puros). Um outro Sir inglês, formado em Oxford, Heidelberg e Munique, admirador de Hegel, Nietzche e Bergson, Muhammad Iqbal (1873-1938), foi quem formulou a idéia e o nome do atual Paquistão. Ele elogiava o marxismo e tentou realizar a síntese do socialismo com a doutrina de Maomé. Seu discípulo, Abdul Ala Maududi (1903-1979), fortemente modernista, pregou uma terceira via entre capitalismo e comunismo, sendo considerado o pai do fundamentalismo paquistanês hodierno4.

Da noite para o dia: de Marx a Khomeini

Na famosa revolução de Khomeini, no Irã, iniciada em 1979, numerosos militantes de esquerda tornaram-se fundamentalistas. O intelectual cristão-marxista Gahli Chuckri narra: “Entre os aspectos que ainda estão presentes ante nossos olhos, figura o fato de se ver pensadores conhecidos pelo seu passado marxista transformarem-se, num abrir e fechar de olhos, em islamitas convictos. Sim, pensadores que pertencem — pela sua ata de batismo — ao Cristianismo, transformaram-se, da noite para o dia, em muçulmanos extremistas; pensadores que pertencem, pela cultura, ao Ocidente e ao modernismo, viraram orientalistas fanáticos sem nenhuma formalidade nem restrição!” 5.

O Partido Comunista Iraniano (Tudeh) aprovou a revolução dos aiatolás: “O conteúdo do processo da evolução histórica toma hoje um aspecto religioso. Para os marxistas, é perfeitamente natural. Esta revolução anti-imperialista, antiditatorial e popular foi feita segundo as palavras de ordem do Islã e sob a direção de um chefe religioso célebre no Irã, o ímã Khomeini” 6.

Voltando de Paris, Khomeini criou a organização terrorista Hezbollah. O discurso de fundação do organismo foi uma paráfrase do satânico brado de Marx e Engels — “Proletários do mundo, uni-vos”: “Até hoje — afirmou — os oprimidos estiveram desunidos, e nada se consegue na desunião. Agora que foi dado um exemplo da eficácia da união dos oprimidos em terra muçulmana, esse modelo deve ser difundido por toda parte. ... e tomar o nome de ‘partido dos oprimidos’, sinônimo de ‘Partido de Deus’, ‘Hezbollah’. Os oprimidos devem reinar sobre a terra, essa é a vontade do Altíssimo, de Alá” 7. Como se vê, é o velho marxismo vestido de muçulmano.

Bruno Étienne, professor de islamismo na Universidade de Aix-en-Provence, na França, explica a afinidade entre Marx e o fundamentalismo: “A luta de classes, como Engels a tinha previsto, não desemboca na revolução senão quando ela pode se apresentar em termos religiosos; a finalidade do islamismo radical é bem terrena: criar um reino igualitário que derrube a arrogância dos proprietários” 8.


Desvendando as profundezas do fundamentalismo

Nada pesou tanto na gênese do fundamentalismo quanto a associação egípcia Fraternidade Muçulmana, ou Irmãos Muçulmanos. Ela foi fundada em 1928 por um modesto professor, Hassan al-Banna (1906-1949). “A ressurreição islâmica que se manifesta hoje no mundo árabe provém direta ou indiretamente da organização dos Irmãos Muçulmanos”, explica um site islâmico americano que publica a sua biografia9.

Numa obra-chave, al-Banna ensina que o dever dos Irmãos é “expandir o Islã a todos os recantos do Globo até que não haja mais tumulto nem opressão e que a religião de Alá prevaleça”. E que o slogan deles deve ser: “A morte nas vias de Alá deve ser a nossa mais prezada aspiração” 10.

Na Fraternidade, sunitas e shiítas se acotovelam e mantêm uma unidade de ação. Em 1989, o regime de Teerã divulgou um opúsculo que acumulava exemplos de concordância e colaboração de sunitas e shiítas radicais, no seio dos Irmãos. Ele reproduz elogios rasgados da Fraternidade a Khomeini e, viceversa, exalta al-Banna como grande artesão dessa unidade11.

Em seus primórdios, a organização inclinou-se pelas idéias nazi-fascistas, nacionalistas, anticapitalistas e antijudaicas, em moda na Europa de então. Tal componente nunca deixou de existir no movimento fundamentalista, em geral sendo acrescido de outros elementos12.


O atual líder dos Irmãos Muçulmanos Mustafá Machbour, tendo atrás a foto de Hasson al-Banna, o fundador dessa organização egípcia, que desempenhou papel capital na consolidação do fundamentalismo islâmico 


Sayyid Qutb — o ‘Gramsci’ do fundamentalismo — faz a releitura revolucionária do Corão

Ninguém marcou tanto a Fraternidade Muçulmana quanto Sayyid Qutb (1906-1966). Ele representou para o fundamentalismo o que o italiano Gramsci foi para o comunismo. Fez com Maomé o que o pensador peninsular fez com Marx: uma releitura revolucionária.

Nos Estados Unidos, Qutb conheceu o renascimento pentecostalista protestante, baseado num retorno aos chamados fundamentos. Daí o fato de o termo fundamentalismo ser aplicado ao novo islamismo, embora este jamais o empregue.

Qutb revestiu de palavreado corânico as utopias revolucionárias ocidentais. É preciso, segundo ele, que o Islã volte à sua essência primeira, aos seus fundamentos. E reformulou tais fundamentos, parafraseando a doutrina anárquica da desalienação (ninguém deve estar submisso a ninguém).

Em seu livro-base, ensina: “O Islã é uma declaração geral pela libertação do homem no mundo da dominação por parte de seus semelhantes; a recusa completa do poder de toda criatura, sob todas as formas; a recusa de toda situação de dominação por organizações e situações sobre seres humanos, sob qualquer forma que seja. Quando o poder está em mãos de seres humanos, eles personificam o Criador e, em conseqüência, seus semelhantes os aceitam. Agora isto é desconhecer e expropriar o poder de Alá, devendo ser expulsos esses usurpadores. Isto significa a negação do reinado dos seres humanos, para substituí-lo por um reinado divino sobre a Terra” 13.

Qutb sabia que um reinado direto de Alá sobre os homens não é praticável. Propunha então um regime intermediário, em que uma organização pouco visível conduzisse os povos até a hora em que todo governo cessaria e os homens viveriam em contato direto com Alá. Portanto, uma concepção análoga à da “vanguarda do proletariado” de Lenine.


Lenin propôs a criação de uma organização pouco visível - a Vanguarda do Proletariado - para atingir os objetivos da revolução bolchevista 


As semelhanças entre o progressismo católico e o fundamentalismo islâmico

Segundo o Corão, Deus revelou-se primeiro a Abraão. Tendo os judeus prevaricado, comunicou-se a Jesus. Os cristãos também falsificaram a revelação divina. Então, Deus manifestou-se a Maomé. O Corão seria a mensagem definitiva insofismável, e Maomé o último dos profetas.

Qutb explica a “apostasia” dos cristãos seguindo o pensamento do progressismo ocidental. As primeiras comunidades cristãs, segundo ele, teriam tido um contato direto com Deus, sem intermediários, autoridades nem doutrinas racionais. Mas o reconhecimento de autoridades hierárquicas e de um Magistério teológico e pastoral racional trouxe a catástrofe. E acrescenta: “A maior calamidade foi o triunfo histórico do Cristianismo. Isto aconteceu quando o Imperador Romano Constantino abraçou a ‘nova religião’”. Além do mais, segundo Qutb, sucessivos concílios definiram verdades de fé e reforçaram a autoridade pontifícia14.

Qutb via defensores da “verdadeira religião” nos heréticos arianos, monofisitas e jacobitas, que foram excomungados pela Igreja. A “apostasia”, de acordo com sua tese, culminou na Idade Média. Qutb se enfurece contra o monaquismo medieval, a obediência e a castidade praticadas pelos monges e frades. “Foram introduzidos no Credo — acrescenta — dogmas abstratos incompreensíveis, inconcebíveis e incríveis, o mais surpreendente dos quais foi o dogma relativo à Eucaristia, contra o qual se revoltaram Martinho Lutero, João Calvino e Zwinglio, lançando as bases do protestantismo”. Ele também execra a Inquisição, que puniu Giordano Bruno com a morte, e Galileo Galilei com censura eclesiástica15.


Estátua do Imperador Constantino (séc. IV), Basílica de São João de Latrão, Roma. Para Sayyid Qutb, autor fundamentalista, membro dos Irmãos Muçulmanos, o triunfo histórico do Cristianismo foi a maior calamidade. Isto sucedeu, segundo ele, quando Constantino converteu-se à nova Religião 
Nas heresias e nas contestações à Igreja Católica, ele vê sinais precursores de um retorno à mensagem primitiva do Cristianismo, que estaria na íntegra no Islã. “A Europa rebelou-se contra o Cristianismo; a Europa rebelou-se contra os arbítrios dos homens de Igreja”, regozija-se ele. Mas a Europa revoltada ficou tão marcada pela Igreja, que dela não se pode esperar a “salvação”. O europeu, segundo ele, em todos os assuntos raciocina logicamente, faz distinções, por influência da pervertida Igreja16.



Missão do fundamentalismo: completar a Revolução anticristã

Essa é uma das chaves para se entender todo o fenômeno do fundamentalismo islâmico. Estamos diante da etapa culminante do processo revolucionário, denunciado e analisado por Plinio Corrêa de Oliveira em Revolução e Contra-Revolução. Qutb reverencia os “princípios da Revolução Francesa e os direitos da liberdade individual, no início da experiência democrática norte-americana”. Porém, lamenta que “esses valores jamais se desenvolveram plenamente e jamais foram realizados por inteiro. Eles são insuficientes para enfrentar as exigências de uma humanidade em evolução”. A salvação, conclui o ideólogo dos Irmãos Muçulmanos, não virá do Ocidente, mas do Islã. Ele completará o que a rebelião contra o Cristianismo não conseguiu fazer17.

“Isto exige uma operação de ressurreição [islâmica que] será seguida mais cedo ou mais tarde pela tomada da direção do destino humano no mundo” 18. “O Islã está destinado para todo o gênero humano: seu campo de ação é a Terra, toda a Terra” 19, numa República Islâmica Universal, sob os eflúvios de autoridades religiosas encobertas pelo segredo.


Foto de Nossa Senhora do Atlas, na Argélia, mutilada em 1973, por fundamentalistas islâmicos. Atentado sacrílego simbólico do ódio anticatólico dos muçulmanos, bem como da tendência de erradicar da Terra qualquer vestígio de Cristandade 


Erradicar da Terra qualquer vestígio da Cristandade

Eis a finalidade do “retorno aos fundamentos”: enxotar da Terra o último perfume da Cristandade que ainda paira nos países outrora católicos. Isto é, os últimos reflexos sobrenaturais na ordem temporal, que se contam entre os frutos mais preciosos atraídos à Terra pelos méritos da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Qutb expõe uma visão bastante clara do processo revolucionário que, desde a decadência da Idade Média, vem corroendo a Civilização Cristã. Porém, acrescenta-lhe um desenlace trágico que muito poucos entreviram: no final da Revolução anticristã não vigorará um mundo de prazeres e liberdades, no qual a ciência e a técnica eliminariam as doenças e a guerra, mas um espezinhamento sinistro, material e mental, sob o látego do fanatismo fundamentalista islâmico.


A revolução que ultrapassa o esclerosado comunismo

Quanto à propriedade privada, o professor Olivier Carré assim resume as máximas de Qutb: “No Islã, o proprietário jamais tem o direito de usar ou de abusar do seu bem. No Islã, a propriedade privada é um meio social a serviço das utilidades comuns” 20.

Mas, então, como explicar o fato de fundamentalistas islâmicos se declararem anticomunistas?

O aiatolá Baqir as-Sadr — apelidado o Khomeini iraquiano, executado em 1980 — resolve a dificuldade. Ele sintetiza a doutrina comunista: “O objetivo inconsciente que o marxismo atribui ao movimento da História consiste na eliminação dos entraves no caminho do desenvolvimento das forças produtivas. Este objetivo alcançar-se-á pela abolição da propriedade privada e pela construção da sociedade comunista”. E, a seguir, introduz a crítica fundamentalista: “Então, a História deter-se-á após essa liberação, e todas as potencialidades e o impulso novo do homem deperecerão”. Para evitar que a evolução pare, explica o aiatolá, é preciso um horizonte novo que empolgue os homens para irem além do comunismo.



Uma Teologia da Libertação para o mundo islâmico

Esse horizonte novo tem que ser religioso. Diz as-Sadr: “Pôr Alá como objetivo da marcha evolutiva constitui a única estrutura ideológica que pode oferecer ao movimento humano uma energia inesgotável” 21. Nesta perspectiva, os comunistas clássicos representam um esclerosamento e devem ser eliminados. A tarefa agora será feita por religiosos.

De quebra, o novo horizonte tem outra utilidade. No mundo muçulmano, a autoridade natural e religiosa dos chefes de clãs, tribos e etnias é levada em grande consideração. Para os revolucionários era impossível destruir esse resto de ordem natural apelando para doutrinas laicas modernas, “porque mais cedo ou mais tarde o movimento novo mostrará a sua verdadeira face de inimigo declarado da Religião. Isso trará um grande desperdício de energias e exporá a obra em curso aos perigos que provêm da maioria dos conservadores do mundo islâmico” 22. Essa tarefa só seria viável sob vestes religiosas. Aliás, mutatis mutandis, o mesmo sucede com o progressismo católico, que, para objetivos análogos aos dos fundamentalistas muçulmanos, lançou mão da Teologia da Libertação.


Das “Mil e uma noites” às trevas infernais

O fundamentalismo não visa reacender o mundo das Mil e uma noites, dos tapetes fascinantes, dos míticos emires e sheiks do deserto, dos minaretes esguios e elegantes, das mesquitas douradas, do Taj-Mahal. Esse universo de maravilhas reflete lados positivos desses povos que hoje languescem sob o jugo da falsa religião de Maomé. Pelo contrário, o fundamentalismo visa também extinguir essas potencialidades de alma que poderiam desabrochar em civilizações de fábula, caso se convertessem à única Igreja verdadeira, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Ele visa uma terra proletarizada, miserabilista, em contato com os abismos infernais. E para isso, por conveniência, recobre-se de aparências antigas e religiosas.




O ditador líbio Muhammad Khadafi ensinou a Roger Garaudy a "tradução política" do versículo II-136 do Corão.

Revolução igualitária ocidental inoculada no maometanismo: gerado o monstro fundamentalista

Roger Garaudy, o ex-dirigente do PC francês que se tornou islâmico, narrou suas conversações com o ditador líbio Muhammad Khadafi, considerado no Ocidente sustentáculo do terrorismo internacional.

Khadafi ensinou-lhe a “tradução política” do versículo II-136 do Corão: “É uma democracia direta sem delegação de poder e sem alienação. Nada há de se substituir ao povo, nem por meio de partidos nem de parlamentos. Democracia direta através de comitês e congressos populares, que são emanação direta das empresas, das cooperativas agrícolas, das universidades, das aldeias, dos bairros” 23. Em poucas palavras, uma atualização do modelo que os sovietes não realizaram, e que as esquerdas recicladas tentam alcançar sob diversas formas de autogestão.


As idéias do escritor marxista francês Roger Garaudy, "convertido" ao islamismo, encontrou grande acolhida na imprensa muçulmana 
Em 1995, Garaudy publicou a obra Rumo a uma guerra de religião? — O debate do século24, com prefácio do ex-frei e teólogo da libertação, Leonardo Boff. O ex-religioso franciscano elogiava Garaudy como profeta que, com D. Hélder Câmara, teria colocado as bases de uma convergência cristão-marxista anticapitalista. E acrescentava que o fundamentalismo islâmico vive do mesmo fogo libertário da Teologia da Libertação.

Garaudy anunciou uma “guerra de religião”, não entre a Igreja Católica e o Islã, mas dos revoltados das religiões contra toda forma de autoridade, porque esta seria intrinsecamente cúmplice do capitalismo consumista e hedonista.

Efetivamente, o fundamentalismo islâmico integra um vasto movimento que ultrapassa os limites do maometanismo histórico. O documentadíssimo Atlas Mundial do Islã Ativista constata que “o renascimento islâmico não é um fenômeno isolado, mas se inscreve num movimento global de recusa do materialismo mercador e midiático, que invade o Planeta há três décadas. Esse movimento tem uma dimensão natural: o da ecologia; e uma religiosa: o retorno ao fundamental” 25.

O fundamentalismo é objetivamente aliado das forças do caos, que se manifestaram no Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre26, nas arruaças de Seattle e Gênova27 e na subversão eclesiástica progressista.

O fundamentalismo — um fruto do que há de pior no Ocidente — tenta realizar uma síntese com o Alá de Maomé, ao qual se aplicam as palavras da Escritura: “Omnes dii gentium daemonia” (Sl 95-5), (Todos os deuses dos gentios são demônios). Essa sinistra convergência lembra a tese de um histórico artigo publicado em Catolicismo, de autoria do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “Se Oriente e Ocidente se unirem fora da Igreja, só produzirão monstros” 28. O fundamentalismo islâmicoe o pavoroso atentado de 11 de setembro constituem uma espantosa confirmação dessa tese.




Islamismo: origem, doutrina e divisões internas

O islamismo (Islã significa submissão) foi fundado por Maomé (570-632 d.C.), na península arábica. Guarda de camelos, analfabeto e supersticioso, Maomé casou-se com uma rica viúva hebréia de nome Kadija e adotou a crença numa divindade única, de tipo judaico. Segundo a tradição islâmica, teve revelações numa caverna, em Hira. Reuniu seguidores e apoderou-se de Medina, próspera cidade vizinha de Meca.

O fundador do islamismo difundia cânticos que misturavam elementos da Bíblia com textos dos evangelhos apócrifos, do Talmud, de lendas do deserto e da própria vida. Foram eles reunidos no Corão (Livro) em 657, sem ordem lógica nem cronológica. Existe ainda a sharia (lei), não escrita e secreta, e os hadits(ditos ou feitos de Maomé). Khomeini, o aiatolá líder da revolução iraniana iniciada em 1979, reuniu mais de um milhão desses ditos, uns verdadeiros, outros falsos, mas todos geralmente aceitos pelos adeptos de todas as correntes do islamismo.

Impôs cinco obrigações básicas: 1 — Profissão de fé; 2 — Jejum anual de um mês (o Ramadã); 3 — Peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida; 4 — Cinco orações diárias; 5 — Esmola ritual. Ainda há o dever da jihad, ou guerra santa.

É oportuno citar aqui a opinião de Santo Tomás de Aquino, o grande Doutor da Igreja, sobre o fundador do islamismo: “Maomé seduziu os povos prometendo-lhes deleites carnais. …. Introduziu entre as poucas coisas verdadeiras que ensinou muitas fábulas e falsíssimas doutrinas. Não aduziu prodígios sobrenaturais, único testemunho adequado da inspiração divina. …. Afirmou que era enviado pelas armas, sinais estes que não faltam a ladrões e tiranos. Desde o início, não acreditaram nele os homens sábios nas coisas divinas e experimentados nestas e nas humanas, mas pessoas incultas, habitantes do deserto, ignorantes de toda doutrina divina. E só mediante a multidão destes, obrigou os demais, pela violência das armas, a aceitar a sua lei. Nenhum oráculo divino dos profetas que o precederam dá testemunho dele; ao contrário, ele desfigura totalmente o Antigo e Novo Testamento, tornando-os um relato fantasioso, como o pode confirmar quem examina seus escritos. Por isso, proibiu astutamente a seus sequazes a leitura do Antigo e Novo Testamento, para que não percebessem a falsidade dele” (“Summa contra Gentiles”, L. I, c. 6).

No seio do maometanismo proliferam centenas de seitas, sendo duas as principais: a sunita (que significatradição, a qual congrega 90% dos islâmicos) e a shiita(que significa partido de Ali, e reúne 10%). Essa divisão principal nasceu de uma disputa pela sucessão de Maomé. Em 656, Ali, discípulo e genro de Maomé, foi eleito quarto califa (líder supremo da comunidade islâmica, após Maomé), mas acabou sendo deposto e refugiou-se na Pérsia, onde criou o shiismo.

No Ocidente, identifica-se impropriamente shiita comfundamentalista e sunita com moderado. Na realidade, há fundamentalistas (no sentido de radicais) emoderados nas duas correntes. Bin Laden e a corrente radical que domina politicamente a Arábia Saudita sãosunitas. No Irã, a revolução iniciada por Khomeini foiradical durante vários anos. Nas duas últimas eleições presidenciais, venceram os moderados. O Presidentemoderado Khatami governa à sombra do supremo líder espiritual radical Khamenei. O islamismo, por sua natureza, é violento, intolerante e invasor. As Cruzadas, algumas delas convocadas por Papas, Santos e Concílios, puseram-lhe freio.






Notas:

1. Cfr. “O Globo”, 25-9-2001; “O Estado de S. Paulo”, 30-9-2001.

2. Roger du Pasquier, Le Réveil de l’Islam, Cerf, Paris, col. Bref, p. 34.

3. http://www.catstevens.com/articles/00009/index.cfm

4. Cfr. du Pasquier, op. cit., pp. 56-64.

5. Ghali Chuckri, “Al Bayadir”, nº 11, 1-2-82, in Al Hoda ­— Teheran branch,El sunnismo y el shiismo: una querella artificial y una provocación pérfida, Teerã, 1989, p. 34.

6. Ehsan Tabari, Le rôle de la religion dans notre révolution, “La Nouvelle Revue Internationale”, nº 12 (292), dezembro 1982, pp. 88-89.

7. In Atlas mondial de l’islam activiste, La Table Ronde, Paris, 1991, p. 234.

8. Bruno Étienne, L’islamisme radical, Hachette, Paris, 1987, p. 327.

9. http://www.jannah.org/articles/hassan.html.

10. Six tracts of Hasan Al-Banna, International Islamic Federation of Student Organizations, Kuwait, s/d, pp. 16-18.

11. Al Hoda, op. cit.

12. Veja-se por exemplo: Shaykh Abdul Qader Al-Murabit, Para el hombre que viene, Ediciones Ribat, Granada-México-Chicago, 1988. O autor se auto-intitula sheik, mas é um escocês chamado Ian Dallas. Ele fundou em Norwich o Movimento Morabitun, nome de uma histórica confraria místico-guerreira do Norte da África — os almorávidas. Seus membros são, em significativo número, ex-hippies e cultuadores frustrados da droga. No livro, Abdul Qader justifica o III Reich, e julga que não este não obteve a “libertação” total do homem, devido à oposição judaica-capitalista-usurária. Não critica o comunismo pelo seu lado igualitário e nivelador, mas porque teria sido excogitado por judeus. A “libertação” do homem exige, segundo ele, a extinção do consumismo capitalista. E a via para isso, agora, seria o Islã.

13. Sayyid Qutb, Jalons sur la route de l’Islam, International Islamic Federation of Student Organizations, Kuwait, s/d, 293 pp., pp. 96-97.

14. Sayyid Qutb, Il futuro sarà dell’Islam, International Islamic Federation of Student Organizations (Kuwait) / The Holy Coran Publishing House (Beirut), 1980, 42-44.

15. Id. ibid., pp. 51-57.

16. Id. ibid., pp 63-64.

17. Id. ibid., pp. 63-67.

18. Id. ibid., p. 15.

19. Id. ibid., p. 100

20. Olivier Carré, Mystique et politique — Lecture révolutionnaire du Coran par Sayyid Qutb Frère Musulman radical, Les Éditions du Cerf / Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques, Paris, 1984. p. 149.

21. Baqir as-Sadr, sem título, Al-Hoda Teheran branch, Teerã, 1989, pp. 9-10.

22. Baqir as-Sadr, id. ibid., p. 27.

23. Roger Garaudy, Appel aux vivants, Seuil, Paris, 1979, pp. 294-295.

24. Desclée de Brouwer, Paris, 1995.

25. Atlas Mondial de l’Islam Activiste,Institut de Criminologie de Paris — Centre de Recherche sur la Violence Politique, La Table Ronde, Paris, 1991, p. 14.

26. Cfr. Catolicismo, nº 603, março 2001.

27. Cfr. Catolicismo, nº 609, setembro 2001.

28. Cfr. Catolicismo, nº 106, outubro 1959.

Extraído da Revista Catolicismo, Novembro de 2001

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domingo, 6 de marzo de 2016

Islam al acecho (Juan Prada Bécares)

Trata este escrito, sin pretension alguna de sublimidad tradicional, sobre las consecuencias del CORAN (Códice Radical de Animaladas) Se dice que tales fechorías no las hace el verdadero Islam moderado sino un Islam radical rechazado por los islamistas pacíficos y se conforma así una versión oficial políticamente correcta, incesantemente repetida de manera que las masas comulgan con tan enorme rueda de molino, totalmente tendenciosa.

Esta increíble indulgencia creada por la ingenuidad de las élites occidentales hacia los crímenes perpetrados en nombre del Islam y realmente por el Islam, se parece a la manifestada por los crímenes masivos del comunismo estaliniano, maoísta, albanés o camboyano. No se culpa al propio comunismo, sino a sus derivas. Siempre el mismo sofisma.

                                        ISLAM AL ACECHO,

Con la excusa de protegerlos de las atrocidades del Islam, al que dejan crecer, gobernantes occidentales corruptos, deseosos de poder y ventajas particulares sobre sus ciudadanos, les van restringiendo libertades y aumentando controles. En lugar de erradicar maleducados no integrables, fanatizados desde niños con un dios exclusivista, les permiten su culto público con prácticas que conculcan los derechos humanos de los demás, en fraude de ley contra las normas fundamentales de sus estados y las declaraciones internacionales sobre respeto mutuo y comportamiento fraternal.

Equiparan rencores transmitidos por mahometanos invasores inadaptables, con enseñanzas religiosas de otras creencias acordes con la convivencia colectiva, sin proceder al cierre de mezquitas ni combatir las malas consecuencias de su presencia publicitaria en pérdidas de la seguridad y de la movilidad de las personas a que amedrentan.

Adjunto: ISLAM AL ACECHO.

Cordialmente.

Juan Prada Bécares, Abogado, Promoción 9 de Abril 1952 para Defensa del Derecho a la Vida y la Integridad Física y Moral de las Personas. Académico Correspondiente de la Real Academia de Ciencias, Bellas Letras y Nobles Artes de Córdoba.


sábado, 5 de marzo de 2016

Islam, fundamentalismo, terrorismo.(Massimo Introvigne)

Este artículo de Massimo Introvigne se toca el tema, caro  a todas las mentes bienpensantes y políticamente correctas de los “musulmanes moderados”; entre ellos supuestamente se encuentran los sufís, pero estas suposiciones son gratuitas en muchos casos puesto que no faltan sufís que son fundamentalistas, ni fundamentalistas que se declaran sufís; se comprende que esta situación pude ser embarazosa para los seguidores librescos de la tradición, sobre todo de libros escritos cuando la situación del mundo islámico era muy distinta de la actual, debido al colonialismo de los países occidentales europeos. Siguiendo la cadena de silogismos expuesta y bien estructurada del artículo, una de las características del fundamentalismo es: la reproposición por parte del califato restaurado del sueño originario de una islamización del mundo entero; tal reproposición implica la guerra santa, cuyos medios no están en principio sometidos a ningún límite, puesto que las fatawa de autoridades religiosas islámicas están dispuestas a autorizar cualquier tipo de exceso para tranquilidad de los ejecutantes de los mismos. Es decir no es imposible encontrar en la realidad - los libros no siempre coinciden con ella- que haya sufís fundamentalistas y terroristas, o aun cuando no activamente terroristas si cómplices y encubridores; el fundamentalismo generalmente comporta estas dos últimas características, como se expone en el artículo.
Islam, fundamentalismo, terrorismo.
Notas muy clarificadoras sobre el fundamentalismo islámico para entender una relación que es fuente de problemas. El texto define la terminología, concreta las corrientes y fija sus características, se hace un paralelismo entre las estrategias de marxistas e islamistas, se confirma que los fundamentalistas son seguidores ortodoxos del Islam y por último que el terrorismo islámico es resultado de su religión y que esta no es sólo un pretexto como algunos pretenden excusar.

La cuestión del fundamentalismo islámico, objeto de estudios y discusiones complejos entre los especialistas desde hace más de veinte años, se tornó de interés general tras los acontecimientos trágicos del 11 de septiembre de 2001. Sin la pretensión de solucionar en una breve comunicación problemas complejos, me limito a enunciar - por necesidad de forma rápida, casi como un eslógan - cuatro tesis.

En primer lugar, no todos los musulmanes son fundamentalistas. Esta tesis parece obvia: la repiten todos, desde el presidente Bush, a mi peluquero. De suyo la tesis no es errónea, pero necesita de dos puntualizaciones.

La primera se refiere a la definición del fundamentalismo islámico. Como es notorio, la categoría de "fundamentalismo" surge en referencia al mundo protestante cristiano y sólo por analogía se extendió posteriormente a otros medios. Tomemos algunas definiciones del "fundamentalismo" en general, que tienen mucha audiencia hoy en día; por ejemplo: "el fundamentalismo cree que una Escritura sagrada sea infalible y que no necesite intermediários"; o bien: "el fundamentalismo niega que sea posible una clara distinción entre la esfera política y la esfera religiosa". Estas nos son poco útiles para identificar a un grupo específico dentro del islam, porque más bien se aplican al islam en general. Si adoptamos estas definiciones, debemos concluir que todos los musulmanes son fundamentalistas (con la excepción de pocos modernistas).

Podemos, en cambio, dar una definición bastante precisa del fundamentalismo islámico, si -como hacen muchos especialistas (no todos evidentemente)- nos referimos a un movimiento específico que articula progresivamente tres tesis; Se trata de:

- La aplicación de la ley islámica (shari´a) en todas las comunidades islámicas;
- La unificación de los países a mayoría islámica en una única realidad política-religiosa guiáda nuevamente por un califa;
- La reproposición por parte del califato restaurado del sueño originario de una islamización del mundo entero.
Con distintos matices, estos tres objetivos definen al movimiento fundamentalista dentro del islam.

Los observadores externos añaden a menudo una cuarta característica:

- El fundamentalismo es un movimiento de carácter populista, que recela de las autoridades constituidas en los países islámicos (culpables de no aplicar íntegramente la shari´a), teoriza la posibilidad de desbancarlos con la fuerza, y no tiene simpatía tampoco por los ulemas y los demás "profesionales del sacro" que considera enfeudados a la autoridad constituida. Entre las acusaciones dirigidas a los ulema está la de haber "secuestrado", casi escondiéndola a las masas, aquella parte de la tradición islámica que guarda relación con los últimos tiempos y con el mesías de los últimos tiempos, el mahdi destinado a vencer al Anticristo (el Dajjal). El fundamentalismo se propone restituirla a las masas, también porque sólo en términos apocalípticos es posible responder a la objeción según la cual la reinstauración del califato y la islamización del mundo son objetivos humanamente inalcanzables: lo que es imposible a los hombres, se contesta, no es en absoluto imposible a Dios (o al mahdi).
La segunda puntualización se refiere a quien, en el mundo islámico, no es fundamentalista. En Occidente se habla con gozo de los "moderados" (y, tras el 11 de septiembre, es difícil encontrar a una organización islámica occidental que, en tanto que organización, no se auto-defina como "moderada"): mas se trata, precisamente, de una categoría elaborada por occidentales con unas fronteras cuando menos inciertas. Aquí podemos decir -esquemáticamente- que cuatro corrientes se diferencian del fundamentalismo y a veces se le oponen:
- Los nacionalistas (que proponen dentro del mundo islámico Estados-nación, alejados de hecho del sueño del califato)
- Los conservadores (a menudo de acuerdo con los fundamentalistas sobre la shari´a, pero separados de ellos por el gran respeto que sienten por las autoridades constituidas, conforme al principio que muchos males deben tolerarse para evitar el mayor de todos que es la guerra civil entre musulmanes)
- Los modernistas (que proponen la asunción de modelos occidentales y que básicamente sólo se representan a sí mismos)
- Algunas de las expresiones políticas del complicado mundo del sufismo -a veces denominado "mística islámica"- ("algunas" porque no faltan sufis que son fundamentalistas -como el dirigente magrebí Abd as-Salam Yassim-, y fundamentalistas que son sufis, como el mismo fundador de la mayor organización fundamentalista, los Hermanos Musulmanes, el egipcio Hassan al-Banna (1906-1949). Ahora bien, reiterar que no todos los musulmanes son fundamentalistas no significa afirmar que aquellos que no son fundamentalistas son amigos de Occidente: no lo son, evidentemente, los nacionalistas como Sadam Hussein en Iraq, ni los conservadores como los wahabitas en el poder en Arábia Saudí, cuyas ideas sobre la Shari´a siguen siendo alternativas a cualquier noción occidental de los derechos de la persona (no obstante ésta o aquélla alianza táctica en función geopolítica).
Segunda tesis: no todos los fundamentalistas son terroristas. Se trata evidentemente de un punto importante para el orden público: cuando oímos decir que tal imán es fundamentalista nos preguntamos enseguida donde esconda las bombas. No es necesario que sea así. En Europa nos hemos acostumbrado a la distinción, en tema de comunismo, entre la estrategia leninista del golpe de Estado y la gramsciana de la hegemonía. Algo por el estilo, y la analogía no es elegida al azar, si se considera el interés con el cual -en el plan de la doctrina de la acción, muchos teóricos del fundamentalismo islámico han elegido textos marxistas- ocurre entre los fundamentalistas. Algunos (como Lenin) piensan que sea importante hacerse enseguida con la titularidad del gobierno, para emprender una islamización de la sociedad "desde arriba": el sociólogo italiano Renzo Guolo llama a estos fundamentalistas "radicales". Otros (como Gramsci) entienden que sea inútil hacerse con la titularidad del gobierno si previamente la sociedad no ha sido islamizada "desde abajo", conquistando las escuelas, las universidades, los periodicos, los tribunales, etc.: se trata de los fundamentalistas que Guolo llama "neo-tradicionalistas". "Radicales" y "neo-tradicionalistas" no se distinguen en los fines, sino en los medios. Como para ir a Roma (otro ejemplo que no elijo al azar, vista la importancia de la conquista musulmana de Roma, símbolo de la Cristiandad, en las novelas apocalípticas de los últimos tiempos que tantos lectores encuentran entren los fundamentalistas) se pueden elegir varios caminos, así los mismos fines del fundamentalismo - shari´a, califato y por último islamización del mundo entero - pueden ser conseguidos "desde arriba" o bien "desde abajo".

Tercera tesis
: los fundamentalistas son musulmanes. Por razones humanamente comprensibles tras el 11 de septiembre del 2001 se oye airear la tesis, falsa en su totalidad, según la cual los fundamentalistas no son musulmanes, o bien son musulmanes "de franja", o bien -como se pudo leer en el diario USA Today- guardan relación con el islam de la misma manera que el reverendo Moon (catapultado a los honores de las primeras páginas por el caso de monseñor Milingo) la guarda con el cristianismo. Además de la inevitable denuncia del reverendo Moon, la periodista autora de esta afirmación se ha convertido en el hazmerreír de los especialistas. No sólo desde el punto de vista cuantitativo el reverendo Moon tiene un número exiguo de seguidores respecto de las confesiones cristianas mayoritarias (lo que de seguro no se puede afirmar del fundamentalismo en el islam, que -cuando participa a elecciones "honradas"- consigue ganarlas en varios países islámicos). Sino, sobre todo, desde el punto de vista cualitativo a nadie se le ocurriría citar como autorizados los comentarios a la Biblia del reverendo Moon una edición católica o protestante de la Sagrada Escritura. En cambio, si tomamos en mano ediciones del Corán muy vendidas (en Italia, por ejemplo, la revisada y controlada por el UCOII, la Unión de las Comunidades y Organizaciones Islámicas en Italia, publicada por Newton Compton en 1996 y difundida por los más "oficiales" entre los grupos islámicos italianos), encontramos citados entre los comentaristas autorizados, junto a otros evidentemente, a exponentes fundamentalistas, entre otros a Sayyid Abul Al ´A Maududi (1903-1979), fundador en 1941 en el subcontinente indio de la Jama ´at at-i Islami, la mayor organización fundamentalista mundial junto con los Hermanos Musulmanes. Y cuando en 1962 Arábia Saudí fundó en la Meca la Liga Musulmana Mundial (que actualmente también tiene un puesto de relevancia en el islam institucional italiano), quiso que entre sus primeros dirigentes estuviera el mismo Maududi (cuando difícilmente al reverendo Moon se le ofrecería un puesto en un organismo análogo patrocinado en Roma por la Santa Sede o al menos por la Vicaría). En síntesis, el fundamentalismo es reconocido -ni nadie tenía dudas al respecto antes del 11 de septiembre- como una de las grandes quintas (no la única claro) del escenario islámico contemporáneo. El fundamentalismo es todavía más. En un artículo publicado en The New Yorker de 19 de noviembre de 2001, que ha levantado una amplia discusión, el historiador Bernard Lewis vincula el 11 de septiembre a un debate surgido bajo las murallas de Viena en 1683, cuando un ejército que según los musulmanes no podía ni debía ser vencido (por razones a un mismo tiempo militares y teológicas) fue en cambio, imprevisiblemente, rechazado. Lewis evoca las discusiones entre los combatientes que se retiraban tras aquella para ellos inconcebible derrota: el islam había perdido porque se había quedado atrás respecto a Occidente o más bien porque a su manera se había aproximado demasiado a Occidente, olvidando la pureza de fe de los padres?  Las dos respuestas representan los tipos ideales de aquellos que en el siglo XX se denominarían modernismo y fundamentalismo, y la discusión prosiguió tras cada derrota musulmana (desde la campaña de Egipto napoleónica de 1798-1799 hasta la conquista colonial de gran parte del mundo islámico y la Guerra de los Seis Días árabe-israelí de 1967). La respuesta fundamentalista, puntualiza Lewis, hoy día tiene nuevo vigor, en tanto que la otra respuesta, la modernista, en cierto sentido "ha sido probada y ha fracasado", dando lugar a regímenes a un tiempo "modernizadores" y tanto ineficientes cuanto corruptos.

Cuarta tesis: si es verdad que no todos los fundamentalistas son terroristas, también es verdad que estos terroristas son fundamentalistas. Naturalmente, existen formas de terrorismo surgidas dentro del mundo islámico que no tienen una matriz fundamentalista, y se remiten por ejemplo a movimientos nacionalistas. Pero estos terroristas -Osama Ben Laden, su organización y sus amigos- son fundamentalistas, en el sentido que se apoderan de las consignas del fundamentalismo y que el fundamentalismo representa a un mismo tiempo su móvil y su esperanza. Una lectura somera de los escritos de ben Laden y de los manifiestos de las organizaciones que se sumaron a su "Frente internacional del Jihad Islámico por el jihad contra los cruzados y los judíos" permite descartar la hipótesis (también en este caso, a veces quizás políticamente útil pero al mismo tiempo completamente falsa) según la cual la religión sirve de cobertura a intereses políticos o a formas de protesta económica. Sin plantearnos la pregunta si sea realmente posible distinguir entre religión y política en el islam en general y en el fundamentalismo en particular, los móviles del jihad de ben Laden son sobretodo religiosos. Causas nacionales como la palestina han sido "descubiertas" por ben Laden en época relativamente reciente, bastante después de haber iniciado su actividad terrorista. Los elementos económicos son ciertamente accesorios e instrumentales: y no hay que olvidar que los secuestradores del 11 de septiembre no eran unos desesperados procedentes de los campos de refugiados, sino personas de familias relativamente acomodadas. El historiador suizo Jean-François Mayer atrajo la atención sobre un artículo (aparecido, casualmente, el mismo número del The New Yorker del texto anteriormente citado de Bernard Lewis) donde un autor, cuando menos poco informado, Nasra Hassan, entrevista candidatos a atentados suicidas en un campo de adiestramiento para terroristas y recaba particulares impresionantes de su profunda convicción que se trata de un acto eminentemente religioso. Del resto, puntualiza Mayer, si algo preocupa a estos terroristas es el riesgo que su gesto venga clasificado como suicidio y no como martirio,
por lo cual buscan ansiosamente (encontrándolas) fatawa de autoridades religiosas islámicas dispuestas a tranquilizarlos. No sólo el gesto terrorista en este contexto es vivido como gesto religioso, sino que el mundo del fundamentalismo radical tiene serias dificultades a renegar de éstos hijos suyos. Por encima de los guiños a la galería de los televidentes, las pocas investigaciones que ha sido posible realizar (entre los emigrados a Occidente: en la mayoría de los países islámicos las investigaciones sociológicas de argumento religioso están prohibidas) demuestran como en las mezquitas de orientación fundamentalista radical un fuerte porcentaje de consensos por ben Laden.
Evidentemente, una cosa es la responsabilidad moral y otra la responsabilidad penal: pero para la mayor parte de los fundamentalistas radicales los hombres de ben Laden son a lo sumo "hermanos que se equivocan" (igual que para muchos comunistas las Brigadas Rojas estaban compuestas por "compañeros que se equivocan"), y en las mezquitas y salas de oración radicales (como se ha visto, también en Italia) estos terroristas encuentran hospitalidad, refugio y posibilidades de reclutar nuevos adeptos. A los peces o a los tiburones del terrorismo la red del fundamentalismo radical brinda el agua que necesitan para poder nadar.

Por lo tanto, recogiendo el llamamiento que viene -entre otras cosas- del Papa de evitar generalizaciones y condenas indiscriminadas, tenemos que recordar que no todos los musulmanes son fundamentalistas y que no todos los fundamentalistas son terroristas. Pero contra lo políticamente correcto que no soluciona los problemas sino que los esconde, contra un pacifismo que no promociona la paz sino que la reduce a ideología, no debemos tampoco olvidar que los fundamentalistas son musulmanes - el fundamentalismo es un componente importante del islam contemporáneo - y que estos terroristas forman parte integrante del mundo del fundamentalismo radical. Se trata de pocas y simples observaciones, que de suyo no solucionan el problema de como contrastar eficazmente al terrorismo y de como encarar al fundamentalismo ya sea en los países a mayoría islámica, ya sea en los países con una fuerte emigración islámica como Italia: pero al menos nos ayudan a plantearlo correctamente.

Massimo Introvigne Con la participación de Ángel Expósito Correa

Revista Arbil nº 53
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